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MISTÉRIO EM PLATÔNIA

Foto do escritor: Hatsuo FukudaHatsuo Fukuda

Uma aventura do delegado Plínio.


Imagem feita com Aiease.ai.



Capítulo 11


IRINA IRINA


Irina Silva, aliás, Irina Holtz, aliás, a assassina.


Foram beber uma cerveja depois do expediente. No bar, Edevaldo esvaziou um copo e disse que ia para casa. Tinha que acordar cedo no dia seguinte. Leonardo ficou olhando enquanto ele se afastava e entrava no Celta azul. Tinha ciúmes do colega e um certo desprezo. Sentia-se superior ao colega intelectual, por ser um lutador e um exímio atirador. Ele era um homem de ação, ao passo que Edevaldo era um burocrata, um pecado mortal para ele. Maíra olhava para o copo de cerveja e pensava em quantos quilômetros de corrida seriam necessários para enxugar o peso que ela ganharia depois de alguns copos.


A investigadora Maíra não tinha perdido tempo. Irina Silva, segundo o registro de empregados da Fazenda Dois Irmãos, era um nome falso. Não havia nenhuma Irina Silva. Com ajuda de Leonardo ela conseguira os registros escolares no Colégio Estadual de Platônia, e lá, durante 6 anos, dez anos antes, estudara uma Irina Holtz, da 1.ª a 6.ª série, quando ela abandonara a escola, transferida para a cidade vizinha. Marcos da New Look lecionava lá, e no mesmo ano ele saíra.


Ela abriu a mochila e tirou um pacote de folhas xerox, onde se lia, na primeira página, em letras grandes: Sindicância. No alto, o logotipo da Secretaria da Educação. Como ela tinha conseguido, em tão pouco tempo, aquele material, permaneceria um mistério.


O delegado Plínio folheou rapidamente o documento. Era como um inquérito policial antigo, redigido em linguagem pomposa. A sindicância havia sido arquivada, porque o professor, Marcos, havia pedido demissão, e a menina envolvida tinha saído da escola, transferida para outra cidade pela avó. O inquérito não pudera ser concluído. Mas o que tinha sido apurado, parcialmente, era feio, muito feio. A menina se chamava Irina Holtz, e tinha onze anos quando houve a denúncia. Hoje, deveria ter 21 anos.


Irina Holtz havia sido transferida para uma escola na cidade vizinha, mas nunca chegara lá. Ela ficara no meio do caminho. E alguns anos depois, surgiu uma Irina Silva como empregada na Fazenda Dois Irmãos. Da avó nunca mais se teve notícia. Tudo levava à mesma conclusão: Irina Silva e Irina Holtz eram a mesma pessoa. Ela conectava todos os envolvidos. O motivo para o crime estava delineado. Vingança. O meio e a oportunidade tinham sido esclarecidos. Irina teria cometido os crimes, sozinha ou com a ajuda do namorado, Mateus. Ou Mateus matara os pedófilos para vingar o sofrimento da namorada.


Restava o mais difícil, obter as provas.


O delegado Plinio esvaziou o copo de uísque. Mad Leo pediu outra cerveja. Maíra olhou para ambos, sorridente. Ela tinha descoberto o elo perdido.



Esta é uma obra de ficção. Os leitores desavisados que se dispuserem a ler (por sua própria conta e risco) estejam advertidos que este Blog não se responsabiliza pelos desatinos do autor. Este suposto romance será publicado em capítulos toda terça-feira. Qualquer semelhança com fatos e pessoas é mera coincidência e não poderá ser imputado ao blog qualquer responsabilidade. A publicação poderá ser interrompida a qualquer momento, caso o autor morra, se suicide ou seja internado por insanidade mental. (Nota do Editor).


Se você deseja reler os capítulos anteriores, a obra completa - até onde foi aqui publicada - estará entre os posts já publicados, bastando você rolar a tela para encontrá-la.




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