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O TEXTO DE UMA NOITE SÓ


Indagações daquelas que fazemos nas madrugadas insones.




Quem é capaz de confundir um sentimento de completude com uma euforia passageira? Ou serão as duas a mesma coisa? O que nos faz olhar para o céu e, quem sabe, enxergar o reflexo de coisas que não podemos ver nem explicar dentro de nós?


Eu queria mesmo saber se essa euforia também se confunde com serenidade, o sentimento de sentir-se fixo em algo, confortado com algo e potencialmente inspirador. Talvez eu tenha ganhado mais tempo em todas as noites que passei admirando o céu do que as madrugadas frustradas nas quais me ponho a escrever – sem sucesso. 


Que uma ordinária folha de papel transforme-se numa noite estrelada onde eu possa espelhar a vida que confusamente pulsa em mim. Sinto-me parte de coisas que são inatingíveis; estou desconfortável nesse lugar-comum. 


Dê-me o céu, mas tudo o que posso fazer com ele é transformar admiração em poucas linhas de texto. Estou presa em mim e o céu não é suficiente para transbordar minha mediocridade. Para além da vontade de ser, tudo o que ponho em prática são suspiros e poesias inacabadas.



Com muita felicidade passamos a contar com uma nova colaboradora, Melissa Zampronio. Seus textos intimistas - que expressam sentimentos profundos com sensibilidade e elegância - serão publicados aqui em dialeticos.com às sextas-feiras. Melissa é daquelas pessoas destinada a escrever ou, como ela mesmo diz: Tenho amor às palavras desde muito nova. Uma dramática remediável e contida - quando me convém. 




 
 
 

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