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Foto do escritorHatsuo Fukuda

PREVISÕES ELEITORAIS



Todos os números para Kamala Harris ou Donald Trump. O circo está pegando fogo.


Imagem de UOL Notícias.



Na véspera das eleições, o mundo para, atento aos sinais de fumaça que saem do Grande Circo Americano. Trump ou Kamala? Esta decisão mudará os rumos de países, povos, o próprio planeta, se pensarmos nas furiosas mudanças climáticas em curso. Querem um exemplo? Zelensky deve estar cruzando os dedos para uma vitória de Kamala, pois ele sabe que Trump o considera um mero vendedor de ilusões (“Cada vez que ele vem aos USA leva um bilhão de dólares. É o maior vendedor do mundo”). A tradicional política isolacionista americana – America First – tem em Trump um campeão. Ele retirará os USA da guerra na Ucrânia, e deixará Zelensky a ver navios.


A esta altura do campeonato, mais de setenta milhões de eleitores já votaram. A maioria dos eleitores já se decidiu, restando poucos indecisos. Mas o dia 5 de novembro apenas marcará o início da batalha legal que no final decidirá quem será o futuro presidente dos Estados Unidos. Trump já deixou claro a quem comparece a seus comícios que ele já venceu. Não aceitará outro resultado que não a vitória (aliás, mesmo que vença dirá que foi roubado, como fez após ter vencido em 2016). Um exército de advogados já está pronto para impugnar resultados que não sejam favoráveis a ele, principalmente nos Swing States.


Na véspera do dia 5 de novembro, as pesquisas dão empate técnico, com uma leve vantagem para um ou outro candidato, mas dentro das margens de erro. A média de pesquisas do New York Times dá Kamala vencendo, no país, 49 a 48. Nos Estados-pêndulo, onde a eleição será decidida, a última pesquisa New York Times/Siena College, coloca Kamala ganhando em 5 dos sete Estados: Nevada (49/48), North Carolina (48/46), Wisconsin (49/47), Georgia (48/47), Arizona (49/45). Trump empata em Pennsylvania (48/48) e Michigan (47/47). New York Times Siena College é o padrão ouro das pesquisas americanas, mas há outras que contam uma história diferente.


O site 538, que agrega pesquisas, considera Kamala vencendo nacionalmente 47,9 a 46,9. Nos Estados-pêndulo: Nevada (47,1/47,9), North Carolina (47,0/48,5), Wisconsin (48,1/47,4), Georgia (47,0/48,5), Arizona (46,5/49,0), Pennsylvania (47,6/47,9) e Michigan (47,9/47,1). Trump vence em 5 Estados.


Silver Bulletin, outro agregador de pesquisas, dá os seguintes números: nacionalmente, Kamala vence Trump por 48,5 a 47,6. Nos Swing States, o panorama: Nevada (47,9/48,2), North Carolina (47,5/48,8), Wisconsin (48,6/47,8), Georgia (47,5/49,0), Arizona (46,9/49,0), Pennsylvania (48,0/48,3) e Michigan (48,5/47,2). Trump vence em seis Estados. Nate Silver, o criador do site, através de bizantinos cálculos considera que Kamala tem 48,2% de chances de vencer no Colégio Eleitoral, contra Trump 51,5%. Silver é um jogador de pôquer. Sobre isso ele já escreveu que as probabilidades são as mesmas se você jogar uma moeda no ar. Pode dar cara ou coroa. É genial.


No agregador de pesquisas do site Real Clear Politics os números são: Kamala 48,1, Trump 48,4. Nos Estados-pêndulo: Nevada (47,3/48,5), North Carolina (47,4/48,8), Wisconsin (48,5/48,2), Georgia (46,8/49,1), Arizona (46,2/49,1). Pennsylvania (47,8/48,2) e Michigan (48,2/47,6). Trump vence em quatro Estados e Kamala em três.


No reino das pesquisas, uma delas surpreendeu o mundo político: a Des Moines Register/Mediacom Iowa Poll, feita em Iowa, um Estado considerado solidamente republicano, deu Kamala 47 a 44. Esta pesquisa, considerada amplamente como antecipadora dos resultados eleitorais no Estado, sinaliza também tendências no Meio Oeste. Estando correta, Kamala estaria sendo subestimada em Estados com demografia semelhante, como Wisconsin. A conferir, após as eleições.


No outro front, o dos sites de apostas: PredictIt dá Kamala 56 a 48; Polymarket dá Trump 56 a 44. O agregador Real Clear Politics RCP dá Trump 53,8 contra Kamala 44,8. Os apostadores colocam as fichas em Trump.


Algumas observações são necessárias: os agregadores de pesquisas utilizam diferentes metodologias. A mais laxa das metodologias é do site RCP, que agrega todas. Isso provoca uma distorção, pois o mercado foi inundado, no último mês, por pesquisas patrocinadas pelo Partido Republicano ou organizações aliadas, ou seja, pesquisas com viés pró Trump. Com isso, RCP projeta vantagem para Trump. O site 538 expurga pesquisas com viés partidário, mas os critérios para considerar as pesquisas são tão altos que seu agregador acaba por usar pesquisas patrocinadas. Também explica o viés republicano.


Nos sites de apostas, o último mês viu uma ascensão espetacular de Trump, que chegou a ter mais de 30 pontos sobre Kamala, em Polymarket. Isso se deveu a um único apostador, conforme explicou o próprio site. Esse apostador, sozinho, provocou a avalanche pró Trump, que aos poucos foi diminuindo e está agora em 12 pontos de diferença, no Polymarket. Mas esta avalanche provocou um efeito cascata em todos os demais sites. Os números estão voltando ao normal, mas ainda favorecem Trump, exceto em PredictIt, que passou pela onda pró Trump, mas agora favorece Kamala.


Allan Lichtman, um misto de professor de história e xamã eleitoral, alega ter um sistema com 13 chaves que prevêem o resultado das eleições presidenciais. Ele se gaba de nunca errado em suas previsões. A única eleição que errou foi a de Bush x Gore, em 2000. Mas, segundo ele, a eleição foi roubada na Flórida, o que garantiu a eleição para Bush. Lichtman prevê a vitória de Kamala Harris.


Um outro indicador a ser levado em conta é a Bolsa de Valores. O índice SP 500, que lista 500 grandes empresas nos USA, é considerado um bom indicador para as eleições, pois teria acertado o vencedor, exceto em 4 vezes. O índice teria subido 10% desde agosto, sinalizando que o mercado considera que Kamala – que é uma continuidade de Biden – vencerá.


O Grande Circo Americano está pegando fogo. O mundo se consumirá em chamas também? A terça-feira, 5 de novembro, chegou. Os eleitores irão às urnas, mas a decisão final será dos tribunais. Dois exércitos de advogados, republicanos e democratas, já estão em campo. Boa sorte, Kamala. Boa sorte, Trump. Na última eleição, Biden soube que era vencedor somente no sábado. Voltaremos, ainda esta semana, para comentar os resultados.



Quem quiser saber detalhes do sistema de Alan Lichtman pode pesquisar no Google ou no Youtube e encontrará um vasto material. Os sites de apostas estão desmoralizados como indicadores eleitorais. A manipulação de um único apostador (provavelmente um pool de bilionários trumpistas) tornou o índice inútil. As pesquisas, bem, as pesquisas... Trouxe os números para conferir após as eleições.

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