Um poema de Manuel Rosa de Almeida sobre a falta de talento.
Imagem de Mabel Amber por Pixabay
Eu sou medíocre
Tudo que faço é médio
Minha prosa enfastia
Minha poesia causa tédio.
O piano que eu toco
A flauta, violão & violino
Tudo é muito pouco
Nada me prende ou vicia
Não puxo a corda do sino.
Tudo que faço é ocre
Meu trabalho tem neutra cor
Jamais blefo no pôquer
Em nada sou vibrante
Em tudo tenho bom senso
Sequer me resgata o amor
Meu fogo não é intenso
Meu gelo não é constante.
Sou médio e ocre
Eu sou medíocre.
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