As grandes polêmicas da história: bolacha ou biscoito? Todo curitiboca sabe a resposta.
Imagem de Hatsuo Fukuda.
Como sabe a multidão de leitores que acompanha este blog (os sete, a mulher do Publisher não conta, por motivos óbvios), sou um homem radical. Não um radical de centro, como dizem alguns velhos corocas, que pretendem estar à margem dos grandes debates que dividem a humanidade, contando com aquela velha máxima aristotélica – coisa de velho, como se vê – que a virtude está no meio, ou, como dizem eles – virtus in medium – mas um autêntico radical, sempre pronto a tomar partido nas grandes polêmicas que dividem a humanidade.
E, como todo homem autêntico, perco a amizade mas não abandono meus princípios.
Assim deve ser, pois a marcha do progresso depende dos grandes idealistas que abandonam a família, amigos e vizinhos, em nome de seus ideais. Maomé, por exemplo, que fugiu de Meca para espalhar suas revelações em Medina (ou será o contrário? Fugiu de Medina para ir a Meca? Estou um pouco confuso, mas vocês entenderam o princípio.). Ou Napoleão, que fugiu da ilha de Santa Helena para ir a Moscou tomar um dolé (ou fugiu de Moscou para dar uma com a Josefina? Socorro!).
Dolé, eis a questão. Nós curitibanos, sabemos desde criancinha que não existe picolé. O gado bolsonarista no Brasil inteiro (êta gente burra) chama de picolé aquilo que todos sabem que é dolé. Talquei? Dolé, paspalhos. Precisa desenhar?
Outra grande questão que divide a humanidade entre o certo e o errado é a gasosa. Gasosa, que os malditos comunistas em todo o Brasil (êta gente burra), doutrinados pelo lulismo, chamam de tubaína. Tubaína? É gasosa. Gasosa! Querem que desenhe, bando de pascácios comunistas?
Agora vejo que a luz da razão chega até as mentes mais obtusas, e os comunistas do MST, gente que não respeita a propriedade privada, estão fabricando Bolacha de Nata Camponeses, um produto da Cooperativa Agrícola Vitória – Copavi – e que não se percam pelo nome. Vitória da Bolacha! Até os comunistas empedernidos chamam de bolacha aquilo que os ignorantes do resto do Brasil chamam de biscoito.
É bolacha, camaradas.
Com este passo decisivo, falta deixar claro ao mundo os limites territoriais do Brasil e Curitiba. Todo curitiboca sabe que o mundo se divide entre Curitiba e o resto do mundo. Curitiba, como sabem todos, é um território que começa no Batel, tendo como centro a Pracinha do Batel, desce em direção ao centro até a Reitoria, passando pela Boca Maldita, e alguns poucos bairros periféricos. O prefeito Rafael sabe disso – ele tem um mapa desenhado por um seu antepassado. Lá se vê que o Brasil é uma extensão de Curitiba. O mapa vai ser distribuído para as criancinhas curitibanas, como primeiro passo para anexar o Brasil a Curitiba. A Guarda Municipal está se preparando para tomar de assalto os palácios brasilienses e expulsar de lá aqueles pascácios que nada sabem da história do Brasil.
Um destacamento avançado da Guarda vai treinar com o glorioso Exército Venezuelano. O prefeito já combinou com El Supremo Ditador Maduro – que ele não caia pelo nome – e assim que começar a invasão de Essequibo, invadiremos o resto do Brasil.
Bolachudos venceremos.
A Bolacha de Nata Camponeses, da Cooperativa Copavi, é vendida na feirinha do Pátio da Reitoria. É ótima. Recomendo. Pena que não se encontre nos supermercados. Pode ser comida por lulistas e bolsonaristas. Todos gostam.
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