DELEGADO PLÍNIO CONTRA A OKW
- Hatsuo Fukuda

- 18 de mar.
- 3 min de leitura
Uma aventura do delegado Plínio.

Imagem de i Stock.
2. UMA NOVA MISSÃO
O Delegado Plínio não vai morrer entediado.
Plínio foi levado a uma chácara em Quatro Barras, com vista para o Morro Anhangava, que poderia ser alcançado em uma caminhada rápida do local. De onde estava, o morro dominava a paisagem, imponente, chamando os transeuntes à subida. Era um belo morro, mas sem importância para os montanhistas e trekkers experientes, que preferiam o Marumby, o Pico Paraná ou a Trilha de Itupava. Vários policiais, homens e mulheres, trabalhavam no local. A maioria era jovem, e Plínio não conhecia nenhum deles. O delegado geral o aguardava com um café na mão. Plínio se serviu de café. Ele já conhecia o local, que era usado para reuniões de planejamento de operações policiais secretas. O chefe não perdeu tempo com firulas.
- Plínio, todos os documentos que você apreendeu no mocó de Mateus foram analisados. A mesma impressora foi usada em um documento que acompanhava duas toneladas de maconha na região de Marechal Cândido Rondon. Quem imprimiu faz parte de uma quadrilha que fornece drogas em grande quantidade, vinda do Paraguai. Nossa inteligência já havia detectado um movimento anormal na fronteira, e isso foi confirmado por relatórios dos federais e por informes da DEA. Está acontecendo o mesmo na fronteira da Bolívia e Colômbia.
A nova equipe fora enviada a Platônia para que ele pudesse se dedicar integralmente a investigar o tráfico de drogas na região. Ele seria o agente na região. Toda a fronteira estava sendo reforçada, a pretexto de uma reorganização da polícia. Armas e equipamentos seriam enviados. O DG controlaria as operações dali. Era uma operação secreta. O objetivo era desbaratar o grupo que, além de fornecer ao PCC, no Brasil, enviava drogas para a África, que a seguir eram distribuídas para a Europa, Estados Unidos e Ásia.
- Esta organização é hoje a maior fornecedora de drogas do mundo. É uma corporation do crime. Chama-se OKW. E tudo indica que Platônia é um dos hubs da operação. Você trabalhará sozinho, como sempre.
Plínio a seguir foi encaminhado ao pessoal que trabalhava na operação. Um americano, Harry Smith, lá estava, com um ar entediado. Ele não se levantou para cumprimentá-lo. Era um dos homens da DEA que fazia a ligação com a polícia brasileira. Em um português sem sotaque, colocou Plínio a par do que já tinham levantado na região de Platônia. Mas só de Platônia. A informação era compartimentada, como em seguida lhe foi explicado.
- Sabemos que a polícia foi infiltrada. Parta do princípio que todos os seus homens podem ter sido cooptados pela OKW. Há muito dinheiro em jogo. Poucos conseguem resistir ao poder do dinheiro. Seu pessoal deve ser informado somente do necessário para o trabalho.
Plínio receberia armas pesadas e atuaria em conjunto com a Patrulha da Fronteira. Ele observou as fotos de satélite e drones e se sentiu aliviado. O tédio iria acabar. Não precisaria mais fingir que se apaixonara e procurar o alívio da aventura amorosa da qual ele já conhecia o final. Não haveria outro retrato em branco e preto, pelo menos por ora.
Esta é uma obra de ficção. Os leitores desavisados que se dispuserem a ler (por sua própria conta e risco) estejam advertidos que este Blog não se responsabiliza pelos desatinos do autor. Este suposto romance será publicado em capítulos toda terça-feira. Qualquer semelhança com fatos e pessoas é mera coincidência e não poderá ser imputado ao blog qualquer responsabilidade. A publicação poderá ser interrompida a qualquer momento, caso o autor morra, se suicide ou seja internado por insanidade mental. (Nota do Editor).
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