O que significam, afinal, 400 mil mortes?
Com mais de um ano de pandemia, com a recorrência das mesmas notícias, com o reprise diário de tantas tragédias, aos poucos vamos nos acostumando com o drama, acomodando-nos às más notícias. Milhares de mortes parecem pouco, já que esta é a soma de apenas um dia.
Para entendermos a gravidade do quadro que vivemos, para lutarmos contra este terrível estado de anestesia conformista, reproduzimos os números de diversas tragédias que tiveram repercussão mundial ou nacional, eventos que foram notícia por dias em sua época e que chocaram a sociedade como um todo. E comparamos os números destes eventos ao atual estágio de mortes da pandemia no Brasil.
Ataque às torres gêmeas ( 9/11/01 ) - Quase três mil mortes. A pandemia no Brasil matou 133 vezes mais.
Pracinhas brasileiros mortos na 2ª Guerra Mundial ( 1942 a 1945 ) - 457. A pandemia no Brasil matou 875 vezes mais.
Brasileiros mortos na Guerra do Paraguai ( 1865 a 1870 ) - Estima-se que morreram 50 mil brasileiros. A pandemia implica em 8 vezes o números de brasileiros mortos.
Acidente com o voo da TAM em Congonhas ( 2007 ) - Entre passageiros e pessoas no solo, morreram 199 pessoas. Pandemia: 2010 vezes mais.
Acidente com o voo da Chapecoense ( 2016 ) - 71 mortes. Pandemia no Brasil: 5.633 vezes mais.
Incêndio do Joelma ( 1974 ) - 187 mortos. Pandemia: 2139 vezes.
Tsunami no Japão ( 2011 ) - 15.853 pessoas - Pandemia: 25 vezes.
Erupção do Vesúvio que soterrou Pompeia e Herculano ( 79 DC ) - Estima-se que morreram 16.000 pessoas. Pandemia: 25 vezes.
Americanos mortos na guerra do Vietnã ( 1965 a 1973 ) - Estima-se que morreram 58.000 soldados americanos. Pandemia no Brasil: 6,8 vezes mais.
Esta é a dura realidade dos números. E os números continuam aumentando, apesar da atual tendência de estabilização. Pior: corremos o risco de uma terceira onda agora em maio ou em junho.
A comparação dos números da pandemia no Brasil com estas catástrofes/acidentes históricas (os) precisa servir para afastar a letargia do coração dos brasileiros que não podem, não devem parar de se indignar. Sequer pensamos no governo ou no Presidente da República, mas no cidadão comum, que não pode “normalizar” a pandemia. Pois o Presidente… este não se comove com nada.
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