A língua portuguesa tem pérolas esquecidas, espalhadas em velhos livros já não lidos. Hoje resgatamos Consoada, um poema especial de Manuel Bandeira sobre o indefectível e final encontro.
Imagem por Pixabay
Consoada
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga: — Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com os seus sortilégios.) Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar.
Manuel Bandeira ( 1886/1968 ), poeta, crítico literário e professor de literatura. Consoada foi publicada no livro Opus 10, de 1952. Consoada significa ceia, refeição noturna.
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