Quando a morte de um cidadão brasileiro traz satisfação ao Presidente, algo está errado...
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Todos sabemos que o Presidente Bolsonaro é grosso. Sabemos igualmente que é mal-educado. Também sabemos que ele não reflete sobre o que fala, pois seus pensamentos são sempre egoístas, autocentrados. Ontem, porém, Bolsonaro se excedeu, chegando próximo à psicopatia. Sabemos que é uma característica reconhecida entre os psicopatas a absoluta falta de empatia com o outro, com o sofrimento de qualquer ser humano. Bolsonaro chegou lá.
Ao tomar ciência de que a ANVISA havia interrompido os processos necessários à liberação da vacina CORONAVAC, que vem sendo bancada pelos chineses em parceria com o Instituto Butantã, porque um dos participantes dos testes voluntários morreu, alegremente postou nas redes sociais sua imensa satisfação. A leitura da postagem não deixa dúvidas. O Presidente não está nem aí para a morte por suicídio de um cidadão brasileiro; o Presidente está se lixando se a interrupção do processo de certificação da vacina chinesa é péssima notícia para todos brasileiros. Ele comemora, porque do ponto de vista do próprio umbigo, tudo que ele percebe é que dei uma rasteira no Doria.
A que ponto chegamos! Por conta de disputas políticas o Planalto comemora a morte de um homem de apenas 33 anos que se suicidou. E vibra porque isso pode atrasar a vacina encabeçada pelo governo paulista, ainda que a vacina – qualquer vacina – seja do máximo interesse da nação em todos os aspectos, sanitários e econômicos.
É realmente de chorar. Aos poucos, afinal, vamos ficando acostumados com tanta insanidade. Calejados por quase dois anos de destempero e descaso com o interesse nacional, ouvimos notícias assim e já não nos escandalizamos. De tanto ouvir tolices, burrices, grosserias do Presidente, acabamos por normalizar seu comportamento, afinal o Bolsonaro é mesmo assim.
O Brasil precisa acordar! Se o Presidente da República é um ser sem qualquer empatia para com o sofrimento das pessoas, não podemos permitir que essa empatia, qual uma sombra que parte do Planalto Central e se espalha por todo território nacional, nos contamine. Acordem, cidadãos! Toda vida que se perde deve ser lamentada. O sofrimento dos familiares deve ser respeitado. Toda dor deve ser amparada. Todo pranto merece consolo.
Há muito falamos no aparelhamento do Estado, que vem ocorrendo no Brasil. As instituições passam a servir aos interesses do governante de plantão. A despeito do pronunciamento do Presidente da Anvisa, de que meramente seguiu o protocolo, impossível deixar de imaginar que também a ANVISA está voltada a atender os caprichos do Presidente da República. Afinal, é difícil entender que, mesmo ciente da morte do participante por suicídio, pretende-se justificar a interrupção alegando apenas que o protocolo foi respeitado. O bom senso não conta? Toda morte de um participante deve sempre implicar na interrupção do processo? Mesmo que tenha se afogado? Mesmo que tenha sido baleado? Será preciso também investigar para ver se o afogamento ou a bala fatal tem alguma relação com a vacina? Uma vacina/placebo tomada há alguns meses poderia desencadear o processo mental que resulta num suicídio? Com a palavra o Presidente da ANVISA...
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