Um poema de Hatsuo Fukuda.

Imagem de Adobe Stock.
ADVOGADO RONIN
O advogado ronin caminha, sensaborão.
Seu manto em farrapos o denuncia: o freqüentador de tabernas sórdidas, de casas alegres e caminhos quase-estradas.
Trêfego samurai sem mestre; talvez parlapatão, quantas vezes.
Se a um samurai fosse dado suspirar – ainda que ronin, ainda que prisioneiro, a palavra um dia jurada.
Uma porta aberta o chama: um punhado de arroz, algumas taças de sakê, uma mulher submissa na tépida sombra.
Onde descansam os homens que não descansam?
Um cão o alertou: o cão, amigo fiel.
A espada cumpriu seu dever faiscante.
Um outro dia, talvez, conhecerá esta taberna.
Hoje, seguirá o caminho: o silêncio, a espada, a solidão.
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