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COMPANHEIRA

Um poema de Manuel Rosa de Almeida sobre amor eterno.


Imagem de Adina Voicu por Pixabay


Venha, minha linda!

Vamos viver a vida

É cedo, muito cedo ainda

Para ceder ao desespero.


Colherei no céu o cinturão

De Orion, e com todo esmero

Farei de adornar teu corpo minha lida...

Porei Mintaka e Alnitak em teus quadris

E Alnilan pousarei em teu umbigo.

E assim bela, direi com paixão

Vem, fujamos dos sentimentos vis

Vem, amor, vem fugir comigo!


Venha, minha linda!

Vamos viver a vida

É cedo, muito cedo ainda

Para cedermos ao enfado.


Plumas de dente-de-leão

Colherei nos campos intocados

E delas farei diáfana tiara

Para cingir teus cabelos.

E com pés sem calçados

Correremos sorrindo pelos

Diversos universos e para

O passo mínimo de sonhos calados.


Venha, minha linda!

Vamos viver a vida

É cedo, muito cedo ainda

Para lutar contra a morte.


De amor constante e vivo

Com chama, calor de brasa

Abrasarei teu corpo, tua alma.

E contemplando o futuro corte

Da eterna senhora cativos

Possamos abraçá-la com calma

E para ti, companheira, minha linda

Terei um último beijo ainda.


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