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DELEGADO PLÍNIO CONTRA A OKW

Uma aventura do delegado Plínio.


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Imagem de freepik.


NA MATA FECHADA



O delegado Plínio percorre a floresta com seus companheiros.


Pepe os encontrou na beira do rio, junto a um barquinho que os levaria à outra margem. Plínio estava acompanhado de Mad Leo e Ligeirinho, ambos fortemente armados. Mad Leo levava uma AK47, uma de suas prediletas, e um revólver na cintura, além da faca que era sua companheira habitual, usada para cortar carne nos churrascos, além de matar seus inimigos. Quatro granadas enfeitavam seu peito, e não eram de brinquedo. Ligeirinho, além do revólver que era seu companheiro habitual, trouxera também um fuzil de repetição. Ele era um homem de hábitos conservadores.


Ligeirinho olhava para Mad Leo com um ar paternal. Sua mente embrutecida por anos de violência e mortes reconhecera nele sua própria juventude. Mad Leo, apesar de sua falta de discernimento, via em Ligeirinho um ídolo a ser copiado. Mas fiéis aos seus temperamentos, mantinham distância e pouco se falavam. Macho não fala de seus sentimentos. Macho pega, mata e come. Ou passa fome em silêncio.


Plínio observava a habilidade com que Pepe conduzia o barco e pensava nos próximos passos. A Coronel Maribete preparava, com seu Estado Maior, um ataque frontal à OKW, ataque que Plínio considerava prematuro. Ele havia advertido Maribete e seu assecla, Harry Smith, que esta era uma operação certa no momento errado. Eles desconheciam a extensão da OKW. Era necessário colher mais informações. Harry, um americano arrogante, ignorava a cautela de Plínio. Maribete dava de ombros. Ela não discutia com subordinados, e para ela, Plínio era apenas um peão em seu jogo. Ela teria outras informações que não havia partilhado com ele? Era a expectativa de Plínio. Mas ele a conhecia o suficiente para saber que o instinto dela era sempre atacar. E matar. Um péssimo instinto, pensou o policial veterano que havia dentro dele.


Na outra margem do rio, desembarcaram e Pepe escondeu o barco. Seguiram por uma trilha de animais, mas discernível aos olhos de um caçador experiente. O ar quente e sufocante em pouco tempo enxarcou as camisas dos caminhantes. A mata tornava-se mais densa e fechada, e a copa das árvores impedia a luz do sol. Pepe abria caminho com um machete e advertia com um olhar sério as tentativas de conversa de Mad Leo e Ligeirinho.


Em uma pequena clareira, Pepe parou e produziu um canto de joão de barro. Em seguida, um novo canto. Era a antiga disciplina guerrilheira. O primeiro sinal anunciava a chegada. O segundo confirmaria a segurança. Se não fosse seguro seria um canto de seriema.


Um garoto apareceu. Devia ter uns doze anos, e sem cumprimentar ninguém, falou em guarani:


- Estou com fome. Por que demorou tanto?


Pepe produziu uns bolinhos de carne e umas chipas que foram comidas com voracidade pelo menino. Ninguém apresentou ninguém. Não estavam lá para amenidades. Muito tempo depois, Plínio soube que o garoto era filho de Pepe, e se chamava... Pepe. Era como um animalzinho selvagem, vivendo em uma pequena aldeia com a mãe e a irmã. Era esperto e vivaz.


Ele os conduziu pela mata fechada em silêncio. No alto de um morro, ele mostrou a grande casa situada em um vale, ao pé de um morro. Um jipão 4x4 se aproximava da casa.


- Começaram a chegar ontem, em grupos de dois ou três pessoas. Até agora são 54 pessoas. Deve haver uma caverna nos fundos da casa, pois depois que chegam eles não aparecem mais.


Plínio quase não conseguiu esconder o sentimento de triunfo. Tinham localizado o quartel general da OKW.

Permaneceram em silêncio, observando a chegada dos carros. Mad Leo chamou a atenção de Plínio.


- A loira linda chegou.


Plínio, deitado em um canto, arrastou-se até o ponto de observação e viu, com o binóculos, Ingrid Muller descer de um jipe, cercada por três homens.


Mandou a mensagem por rádio.


- A águia pousou.



Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos e pessoas são mera coincidência. O site não se responsabiliza pelos desatinos do autor. A  publicação poderá ser interrompida a qualquer momento, caso o autor morra de morte morrida ou matada ou seja internado por insanidade mental. Toda terça-feira, neste site, um novo capítulo.   




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