DELEGADO PLÍNIO CONTRA A OKW
- Hatsuo Fukuda

- 13 de mai.
- 2 min de leitura
Uma aventura do delegado Plínio.

Imagem de Gemini.IA
10. VINHO MULHERES E CANÇÕES
Deutschland, Deutschland über alles
O aniversário daquele ano seria especial. O dia 30 de abril, em que se comemorava, oficialmente, o nascimento de Heinz Muller, aliás, Coronel Heinz Kempft, avô de Ingrid Muller, reuniria, após muitos anos, os membros da OKW, e Ingrid promoveria um balanço da organização e anunciaria os próximos passos. Membros de todo mundo estariam presentes para reafirmar o juramento de lealdade. O Alto Comando dos Sete estaria lá. Para eles, Hitler estava vivo, e o dia 30 de abril nunca seria o dia de sua morte. O mundo estava enganado. No dia 30 de abril, o Führer havia renascido para a vida nos campos de Valhala.
Na imensa caverna que abrigava a sede da organização, coberta com suásticas e uma grande foto de Hitler, Ingrid, acomodou-se em um trono e observou quase uma centena de participantes que à sua entrada levantaram-se, estendendo o braço, gritando Heil Hitler em uma só voz.
Todos se levantaram e em voz alta e solene cantaram a canção que preencheu a imensa caverna.
Deutschland, Deutschland über alles
Deutsche Frauen, deutsche Treue
Deutscher Wein und deutscher Sang
Ingrid Kempft sorriu intimamente pensando como, no momento da ressurgência alemã, o hino que eles adotaram exaltava a mulher, o vinho e as canções germânicas. Assim as antigas tribos se dirigiam à batalha: embriagados pelo vinho, acompanhados de suas mulheres, e ao som de canções guerreiras. Aquele estúpido cabo austríaco com seus preconceitos de operário pretendera dominar o mundo deixando as mulheres alemãs na cozinha. Não à toa fora derrotado. E agora uma mulher os dirigia, uma mulher os levaria à conquista do mundo. Em seu corpo todos os músculos clamavam milhares de anos de pura raça ariana. Ela pegara a bandeira que Hitler havia deixado cair, e a levaria para um Reich de Mil Anos. Ela, uma mulher alemã.
Um a um, dirigiram-se à frente da Suprema Comandante e pegando do punhal, vertiam seu sangue em uma taça, o corpo ereto, o rosto erguido, enfrentando o olhar firme e frio da líder. Olhos nos olhos eles pronunciavam o juramento de lealdade.
Ao final, Ingrid Kempft pegou do punhal e o enfiou de um só golpe em um imenso touro que desceu do teto. O sangue jorrou sobre seu corpo enquanto ela tomava da taça e a bebia de um só gole. A platéia agora gritava Heil Ingrid! Heil Ingrid! Heil Ingrid!, as mãos direitas levantadas, e Ingrid ergueu o punhal com um grito de guerra.
Ela estava pronta para desafiar o mundo.
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