DELEGADO PLÍNIO CONTRA A OKW
- Hatsuo Fukuda
- há 23 horas
- 3 min de leitura
Uma aventura do delegado Plínio.

Imagem de Gemini.IA
11. CHINEQUE DO AMOR
O primeiro amor é como uma flor que desabrochou.
Ana Lúcia serviu um café e um capuccino para Mad Leo e Maíra. Ligeirinho recebeu a dose habitual de 51. Ana Lúcia aguardou. Ela sabia que Maíra estava em dúvida se comeria o sonho de nata, e falou para ninguém:
- Tudo que é bom é ilegal, imoral ou engorda.
Maíra sorriu, mas não pediu o sonho.
- Hoje é aniversário do dr. Plínio. Vamos fazer uma festinha na delegacia. Apareça. Ele vai gostar de vê-la. Leve um chineque de presente. Se levar dois, eu como um também.
Ana Lúcia, que se julgava uma mulher adulta – ela já tinha 19 anos! – ficou vermelha de repente. Plínio estava na cidade! Que saudades! Um calorzinho agradável percorreu seu corpo. Claro que ela iria.
À tarde, enquanto se dirigia à delegacia, com um pacotinho de chineques e sonhos de nata na mão, ela cantarolava uma canção. Uma nova banda estava fazendo sucesso em Platônia, e a canção recém-lançada ressoava em seu coração.
Oh, yeah, I'll tell you somethin'
I think you'll understand
When I say that somethin'
I want to hold your hand
I want to hold your hand
I want to hold your hand
Ela ansiava por estar perto dele e dizer qualquer coisa e sabia que ele entenderia e pegaria em sua mão e a olharia nos olhos. Havia tanto para dizer, mas ele entenderia mesmo sem palavras.
Plínio sorriu quando a viu entrar na delegacia. Como ela era bela! Seu sorriso era deslumbrante. Estar com ela era como caminhar no lado ensolarado da rua. Do lado de lá, as sombras e o vento gelado de uma humanidade apática e sem sonhos. Com ela toda a sua vida solitária se desvanecia. Ele estaria disposto a ser feliz. Ele poderia viver uma vida. Ele não seria mais um lobo solitário.
Ela colocou a bandeja em uma mesa e avançou decidida para ele. A avassaladora energia da juventude a acompanhava. Maíra começou a rir. Ela sabia o que aconteceria. Mad Leo levantou os olhos do teclado do computador e ficou observando. A delegacia toda parou.
- Trouxe um presente para você, Plínio.
Tirou um dos fones do ouvido e colocou no ouvido de Plínio. A seguir, decidida, pegou suas mãos e o olhou nos olhos. Olhos nos olhos, mão dadas, ouviram em silêncio a canção. Ela estava ansiosa, mas mesmo assim se sentia no controle. Plinio relaxou. Agora era tarde. Suas defesas já estavam rompidas. Uma felicidade repentina tomou conta dele.
Eles se sentaram lado a lado indiferentes ao resto do mundo. A delegacia retomou o burburinho habitual. Um PM trouxe um homem algemado. Eles continuavam olhando um para outro, às vezes sorrindo, às vezes sérios. Ele sentiu uma necessidade súbita de beijar e abraçar Ana Lúcia, mas se conteve. Ele estava na delegacia, precisava manter a compostura. Mas ela há muito ansiava por este contato, e o beijou com o despudor de seus dezenove anos.
Plínio não ouviu o primeiro tiro. Observou o PM caindo em câmara lenta, com o peito sangrando. A seguir, um inferno de tiros e vidros estilhaçando. Ele automaticamente empurrou Ana Lúcia para o chão e puxou o revólver. Mad Leo jogou-se para baixo da escrivaninha com o revólver na mão. Maíra se arrastou para os fundos em busca de armas pesadas. O tiroteio era infernal. O homem que estava prestando depoimento para Mad Leo havia recebido um tiro na carótida e o sangue jorrava sem parar. Plínio se arrastou até a janela para observar de onde vinham os tiros. Neste momento uma bomba explodiu na porta e o derrubou. Ele começou a sangrar abundantemente. Enquanto caía, ele observou, como em um pesadelo em câmara lenta, Ana Lúcia ser jogada, pelo impacto da bomba, contra a parede. Uma mancha de sangue apareceu em seu peito. Em seguida perdeu os sentidos.
Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos e pessoas são mera coincidência. O site não se responsabiliza pelos desatinos do autor. A publicação poderá ser interrompida a qualquer momento, caso o autor morra de morte morrida ou matada ou seja internado por insanidade mental. Toda terça-feira, neste site, um novo capítulo.
Comentarios