Um poema de Manuel Rosa de Almeida

Imagem de Sofia Iivarinen por Pixabay
HUMILDADE
Se até o sol apartado se deita
Se até a lua míngua seu brilho
Por que não posso na solidão que me aceita
Seguir obscuro o caminho que trilho?
Se até o oceano quebra finalmente
E mesmo a tempestade cede à bonança
Por que não me perderei nesta dança
Que mói corpo, alma e mente?
Tu que da criação és um elo
Julgas ser algo maior
Que o verme mais singelo?
Tu que és das estrelas o pó
Julgas merecer algo melhor
Que viver sombriamente e só?
Comments