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O cão da estação


Elias Olímpio de Paula Filho, advogado e poeta, com a sensibilidade a flor da pele, escreve sobre a lealdade amorosa. Se quiser, leia como uma história de cachorro. Se quiser.

O cão da estação


Ele espera, sentado no mesmo ladrilho,


Olhos fixos no trem que já não vem,


Ninguém lembra de quem foi seu dono antigo,


Só ele sabe, e por isso espera também.


Os passageiros passam, indiferentes,


Alguns jogam migalhas, outros fingem não ver,


Mas ele não se move, paciente e doente,


Fiel a um amor que a morte reteve.


Até que um dia, no inverno mais frio,


Ele deita e fecha os olhos, enfim,


E sonha com vozes, risos, um menino


Chamando seu nome, além do fim.


Pois há lealdades que nem a morte apaga,


E alguns amores são eternos - mesmo que a vida os traga.


Elias Olímpio de Paula Filho


Elias Olímpio de Paula Filho, advogado frio e sagaz, mantém a sensibilidade viva, como mostram seus poemas.

Elias Olímpio de Paula Filho, advogado de sangue frio, mantém sua sensibilidade a flor da pele em seus poemas. Ora combatentes, ora emotivos, mas sempre fiéis a si mesmo.

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