O cão da estação
- ELIS OLÍMPIO DE PAULA FILHO

- há 1 dia
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O cão da estação
Ele espera, sentado no mesmo ladrilho,
Olhos fixos no trem que já não vem,
Ninguém lembra de quem foi seu dono antigo,
Só ele sabe, e por isso espera também.
Os passageiros passam, indiferentes,
Alguns jogam migalhas, outros fingem não ver,
Mas ele não se move, paciente e doente,
Fiel a um amor que a morte reteve.
Até que um dia, no inverno mais frio,
Ele deita e fecha os olhos, enfim,
E sonha com vozes, risos, um menino
Chamando seu nome, além do fim.
Pois há lealdades que nem a morte apaga,
E alguns amores são eternos - mesmo que a vida os traga.
Elias Olímpio de Paula Filho

Elias Olímpio de Paula Filho, advogado de sangue frio, mantém sua sensibilidade a flor da pele em seus poemas. Ora combatentes, ora emotivos, mas sempre fiéis a si mesmo.









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