A democracia foi salva pelo povo nordestino.
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Bolsonaro perdeu! Tornou-se o primeiro Presidente desde a redemocratização que não conseguiu se reeleger. É um feito do “mito”: é preciso ser muito ruim como Presidente para não se reeleger.
O governo Bolsonaro foi, de fato e sem dúvida, o pior governo da história da República brasileira. Ele é incapaz de aprender qualquer coisa, mas, se pudesse entender, poderia aproveitar algumas lições:
Para governar o Brasil é preciso ética de trabalho - Bolsonaro nunca trabalhou, não se preocupou em bem governar. Desde o primeiro ano preocupou-se em atuar para sua bolha, flertando com o golpe e desrespeitando as instituições constituídas. Não trabalhou. Não se reunia com seus Ministros, não cobrava resultados. Um Presidente deve ser um exemplo de trabalho.
Não se pode atacar as instituições impunemente - O governo Bolsonaro marcou pelo ataque às instituições. Investiu contra o Poder Judiciário, comprou o Poder Legislativo, assaltou a Polícia Federal, colocou a Procuradoria Geral da República de joelhos. De quebra, atacou a imprensa livre.
Não se governa pelo ódio - Bolsonaro dividiu o Brasil pelo ódio, pelas armas, pelas fake news. Amigos romperam laços, famílias se desestruturaram. Nunca o racismo, a misoginia, a homofobia, o culto à tortura tiveram campo tão fértil. O ódio governou e parecia vitorioso.
Não se engana, nem se compra o voto do povo - Bolsonaro governou para os ricos. Somente nos últimos meses, em desesperada corrida eleitoral, tentou ganhar apoio popular com medidas eleitoreiras e que violavam as leis que regem a eleição.
Não se menospreza a cultura, a educação, a saude, a ciência e o meio ambiente impunemente - O governo Bolsonaro foi péssimo para todas estas áreas. Todos os cortes se deram nestas pastas. Nenhuma política séria foi desenvolvida. A gestão da pandemia foi criminosa.
O Nordeste salvou o Brasil. A massiva votação que Lula teve no Nordeste salvou nossa democracia. Bolsonaro é um homem que passou sua vida chamando nordestino de analfabeto, de cabeça chata, de paraíba, não ganharia o voto nordestino com conversa mole em campanha eleitoral.
Cabe a Lula uma missão: unir o país. Acabar com a divisão. Eliminar o ódio. Fazer um governo de coalização com outras forças, mesmo de direita e centro, para recolocar o pais nos eixos. Para tanto ele precisa aprender com o passado, com os erros cometidos.
Que Lula cumpra seu compromisso de fazer um governo de redenção, sem a pretensão de se reeleger. Terá a difícil tarefa de corrigir todos erros de Bolsonaro, da educação à saúde, da cultura ao meio ambiente, da política externa às políticas sociais. Que ele contenha o radicalismo que ainda há no PT e que negocie com as forças políticas sem apelar para a corrupção ( como fez no passado com o mensalão e como Bolsonaro fez com o orçamento secreto ).
É vital que Bolsonaro e sua familícia, Pazuelo, Milton Ribeiro, Salles e outros, paguem por seus crimes. Que a PGR erga-se novamente, livre para punir os crimes de um governo que a colocou de joelhos. Para que o facismo nunca mais floresça seus brotos de sangue. O mesmo fascismo que no passado destroçou a Alemanha e a Itália e, volta e meia, renasce em cantos do mundo para assombrar a humanidade.
O que será do Brasil agora? Difícil dizer. Mas saio destes quatro anos de pesadelo com algumas certezas:
Gratidão aqueles que se uniram a Lula para salvar a democracia, em especial a Simone Tebet. Já votei em Ciro Gomes; jamais votarei novamente, porque sua omissão foi um atentado à democracia;
A imprensa livre é essencial;
É necessário estudar a responsabilização severa de quem publica fake news;
Instituições livres são a essência da democracia;
A democracia é uma planta frágil e que precisa de atenção e constantes cuidados;
Ainda podemos ter esperança;
Temos uma dívida com o Nordeste. Os nordestinos salvaram nossa democracia.
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