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Foto do escritorTião Maniqueu

POBRE POVO BRASILEIRO

As caras mudam e o governo continua o mesmo…





Pobre povo brasileiro! Quase trezentos mil mortos. Quase três mil cidadãos brasileiros morrendo todos os dias. Os números crescem nos quatro cantos do Brasil. A saúde pública e privada entra em colapso em todos estados federados. Recordes negativos são quebrados diariamente. Corações são quebrados diariamente. Pulmões perdem sua funcionalidade. Corpos dos profissionais da medicina estão exaustos. Cérebros desesperados na busca de um leito para um ente querido perguntam-se: mas o que é que está acontecendo?


Está acontecendo o desgoverno Bolsonaro. Trata-se de uma pandemia que - qualquer que fosse o governo - mataria muitos brasileiros. Mas a omissão criminosa do governo federal, os maus exemplos do Presidente Bolsonaro, a lentidão para entender a gravidade dos fatos, multiplicaram as mortes elevando-as ao triplo ou quádruplo do que seria inevitável.


Pobre povo brasileiro! As perspectivas de uma resposta rápida do governo não existem. Enquanto não atingirmos uma taxa de vacinação de pelo menos 70% da população - o que não acontecerá antes do fim do ano, graças à omissão e incompetência deste desgoverno - muitos outros brasileiros irão morrer. As últimas notícias do governo federal não mostram qualquer alento, pelo contrário…


Ludhmila Hajjar - A médica indicada por Arthur Lyra para substituir Pazuello concedeu entrevista estarrecedora em que deixou claro porque não assumiu o cargo. Porque ela segue a ciência e o Presidente segue no negacionismo. Porque percebeu que não conseguiria tomar as medidas urgentes que a saúde do povo brasileiro exige. Bolsonaro quer mais do mesmo, o que conduziu aos números estarrecedores de mortos. Ludhmila confidenciou que o Presidente, em termos chulos, como sempre, mostrou maior preocupação com o impacto eleitoral de medidas restritivas do que em cuidar da saúde do povo brasileiro.


Ricardo Barros - O líder do governo na Câmara Federal teve a desfaçatez de afirmar que a situação não é tão crítica. E completou o discurso alucinado: é até uma situação confortável… É inacreditável! Ricardo Barros aderiu ao discurso frio, sem empatia alguma e dissociado da realidade do Presidente Bolsonaro. Que conforto se pode visualizar em filas de espera para UTIs? Que conforto pode sentir um filho, que vê sua mãe sufocando sem conseguir socorro? A afirmação não é apenas infeliz… é criminosa.


Eduardo Pazuello - O ainda Ministro está empenhado em preparar elementos para sua defesa, porque é certo que terá de responder criminalmente por seus atos e omissões. Foram tantos os erros, tantas as omissões, tão grande a incompetência, que o pior Ministro da Saúde da história do Brasil pode acabar atrás das grades. E o general/soldado é tão ingênuo que não percebe que está sendo mero escudo para blindar o Presidente, real culpado pelo quadro devastador da saúde brasileira. Em discurso na quarta-feira, Pazuello assustou o Brasil ao dizer que o novo Ministro significa a continuidade do seu trabalho, porque Marcelo Queiroga seguirá a mesma cartilha.


Marcelo Queiroga - O novo Ministro chega - ao que tudo indica - disposta a queimar sua reputação profissional. E aparentemente seguirá a mesma cartilha. Já afirmou que a política de saúde será aquela do Presidente, que Pazuello fez um bom trabalho e, ao invés de ação, trouxe meramente o discurso da necessidade de higienização das mãos e do isolamento social. Ora, trata-se de um discurso necessário, mas muito pouco para o caos atual. Precisaríamos de um plano definido e a energia que transmitiu, por exemplo, a doutora Ludhmila. Seguir a mesma cartilha somente levará o Brasil a multiplicar, ainda mais, as mortes de crianças, jovens, brasileiros de todas idades.


Pobre povo brasileiro!


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