top of page
Foto do escritorHatsuo Fukuda

NOVO EFEITO BORBOLETA


A disputa entre Kamala Harris e Donald Trump será o grande circo midiático dos próximos meses.



Imagem de Infomoney.



O leitor desavisado pode se perguntar qual a importância das eleições americanas, na qual nenhum de nós irá votar. Trata-se do famoso efeito borboleta. No mundo em que vivemos, cada vez que uma borboleta bate as asas em Washington, um tufão se forma em outras partes do mundo, América Latina e Brasil inclusive. Não precisamos voltar ao século passado para confirmar este fato; basta lembrar os acontecimentos que antecederam a última eleição presidencial aqui no Bananal.


Em julho de 2021, o diretor da CIA, William Burns, aqui esteve, e a portas fechadas, em um jantar com o General Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos, secretário geral da Presidência, disse que o presidente Bolsonaro deveria parar de lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral do Brasil. Ainda em 2021 o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan (o mais ilustre ocupante deste cargo foi Henry Kissinger) esteve com Bolsonaro e saiu da reunião preocupado. Para Sullivan e sua equipe, Bolsonaro poderia perfeitamente seguir os passos de Trump. Em 2022, o Brasil recebeu algumas visitas ilustres vindas da Corte: em julho o Secretário de Defesa, Lloyd Austin III, acompanhado pela general Laura Richardson, chefe do Comando Militar Sul da defesa americana, reuniu-se com o ministro da Defesa brasileiro, general Paulo Sérgio Nogueira. Eles não trocaram receitas de bolo de fubá mimoso.


Segundo o jornal Financial Times, a Casa Branca, preocupada com os acontecimentos no Brasil, lançara uma operação coordenada junto ao governo brasileiro, que incluiu as forças armadas, a CIA, o Departamento de Estado, o Pentágono e a Casa Branca. Esta operação durou um ano e o resultado foi que as Forças Armadas no Brasil não se envolveram na tentativa de golpe, que foi tentado por Bolsonaro com ajuda de escalões inferiores do Exército (os habituais coronéis e majores radicais) e membros da PM do Distrito Federal, Abin e Polícia Rodoviária Federal, o que resultou na ópera bufa durante as eleições e o 8 de Janeiro.


Não se trata de teoria da conspiração. Todos os fatos foram noticiados por jornais respeitáveis, com citações literais de pessoas envolvidas e conhecedoras dos acontecimentos. Um dos citados foi Michael McKinley, do Departamento de Estado e ex-embaixador no Brasil. Ele disse ao Financial Times: “Foi quase um ano civil de estratégia, sendo feito com um objetivo muito específico, não de apoiar um candidato brasileiro em detrimento de outro, mas muito focado no processo, em garantir que o processo funcionasse”.


A história ainda está para ser contada em todos os seus detalhes. Algum acadêmico americano já deve estar se debruçando nos documentos e nos dará os detalhes em um livro de mais de mil páginas. Mas uma coisa é certa: se o presidente americano não fosse o Uncle Joe a história das eleições brasileiras teria sido outra.



A disputa entre Kamala Harris e Donald Trump promete. As eleições, que já estavam praticamente decididas a favor de Trump, caso o oponente fosse Biden, mudou completamente com a entrada de Kamala no picadeiro. Apertem os cintos. Fortes emoções nos aguardam.

Comments


bottom of page