CORÉIA TOMOU CONTA DE CURITIBA
- Hatsuo Fukuda

- 18 de set.
- 2 min de leitura

O cronista sem-noção, como sempre atrasado, escreve sobre a Hallyu Korean Fest em Curitiba, a que ele não compareceu, ocupado em lamber suas feridas existenciais e assistir K-dramas.
Hatsuo Fukuda
A Hallyu Korean Fest, uma festa coreana, ocupou a Praça Afonso Botelho, no mês passado, em Curitiba. Ela apresentou atrações como K-pop, K-drama, artes marciais, comidas várias. A hallyu, a onda coreana, tomou conta da cidade. Foi um sucesso. A multidão de admiradores da cultura coreana se esbaldou.
Nós, no tugúrio em que lambemos nossas feridas existenciais, não fomos até a festa. Preferi promover um tour com Pousando no Amor, e me deliciar, pela quinta vez, com as aventuras amorosas de uma milionária sul-coreana e um rígido militar norte-coreano. Na verdade, no meio da maratona, mudei para Amor e Outros Dramas, em que os pândegos cineastas misturaram as hilárias (e às vezes comoventes) histórias da Ilha de Jeju com a música romântica italiana. Uma química formidável que ganhou uma multidão de seguidores.
Eu, como diz o Caio Brandão, sou um cinéfilo de arrabalde, e portanto posso me dar ao luxo de gostar de K-drama, dispensando preciosidades que só os gourmets de cinema apreciam, como o último documentário (curto, de apenas 10 horas) sobre a criação de cabras veganas nas montanhas do Afeganistão, cujo autor, genial, se dedica à preservação da milenar cultura de criação de cabras e à confecção de adagas para decapitar os inimigos tribais.
Os cinéfilos de verdade, desde Old Boy, sabem que o cinema coreano é coisa séria, muito séria. Prova? A fieira de prêmios que eles têm ganho nos festivais mundo afora, o último sendo o Oscar para Parasita. Falta ainda o reconhecimento dos intelectuais para a produção de massa que a Netflix oferece à patuléia, este escriba incluído. Ou seja, o K-drama do dia a dia.
Isabela Boscov, nossa maior crítica de cinema, explica porque gosta de Old Boy. E como este filme começou a Hallyu nos cinemas do Ocidente.
Gostar de k-drama é fácil. É como gostar de pipoca, gasosa Cini, torta Marta Rocha, café com leite, pão quentinho com manteiga derretendo. Dirão os recalcitrantes: “E os diabéticos? Não podem comer doce”. “Pipoca afeta o colesterol”. “Marta Rocha nem pensar. Duas polegadas de gordura na cintura”. “Café é muito estimulante e leite só integral”.
Paciência, não se pode agradar a todos. A Netflix, ao que parece, resolveu agradar à multidão que se acotovela no mundo inteiro para assistir aos K-drama.
Não falei na música coreana, que está dominando o mundo. Fica para a próxima.
Não perca minhas futuras abobrinhas sobre os idols coreanos.
Na próxima edição da Hallyu Korean Fest lá estarei, fantasiado de personagem de mangá.








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