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Foto do escritorManuel Rosa de Almeida

QUATRO CANDIDATOS AO OSCAR

Recomendação de cinema


Porque estou apostando num filme que sequer assisti.

Imagem de JBA Notícias



Assisti, até agora, quatro candidatos ao Oscar de melhor filme para 2023: Avatar: O Caminho da Água, Nada de Novo no Front, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo e Top Gun: Maverick. Depois de sofrer com eles, passei a considerar meu favorito ao Oscar 2023 o filme Os Banshees de Inisherin, um filme que nem ao mesmo assisti.


A razão para este aparente paradoxo é simples: dois destes filmes são ruins, um é muito ruim e o quarto é apenas um filme honesto, sem condições de receber o principal prêmio do cinema mundial. Em poucas palavras, justifico meu pensamento.

* Avatar: O Caminho da Água - É apenas uma experiência visual. Belo, mas muito pouco para quem deseja um Oscar. Pra piorar, a história é, em muitos aspectos, uma cópia do primeiro filme da franquia, o que denota a pouca criatividade dos roteiristas. Pra piorar um pouquinho mais, salva-se o vilão no final do filme, de uma maneira muito pouco convincente, apenas para assegurar um terceiro filme e mais grana no caixa.


* Nada de Novo no Front - Para fazer um bom filme de guerra, não basta mostrar a crueza dos combates. Tampouco é suficiente a crítica à política que cerca a guerra ou denunciar a arrogância e insensibilidade dos generais. Um bom filme de guerra precisa de algo fundamental: criar empatia do público com os personagens. Sim, em Nada de Novo no Front temos a guerra retratada em toda sua violência e dor. Sim, temos também a denúncia contra os poderosos que usam soldados como peões descartáveis. Mas embora o filme seja longo, não se criam laços com os personagens, não se sofre com suas mortes, não se vertem lágrimas. Os cineastas de hoje deveriam aprender com os mestres do passado, que faziam filmes de guerra muito melhores, embora com menos recursos. Deviam se inspirar em Stanley Kubric e sua obra prima Path of Glory ( 1957 ), onde se mostra o poder de um bom roteiro e direção. E, de quebra, conta com Kirk Douglas como protagonista.


* Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo - Este sim, um filme realmente ruim. Com o mote da teoria dos múltiplos universos ( diga-se, uma teoria respeitável ) surge um roteiro dos mais estúpidos que já vi. Entendam, a partir de um universo alfa, o mal vai destruir toda a existência. Para evitar esta espécie de Armagedon é preciso encontrar a pessoa certa, a única capaz de vencer o mal ( nossa! Que ideia original... ). Para fazer isso é preciso "saltar" entre os universos o que é possível desde que a pessoa tenha um aparelho similar a um fone de ouvidos e faça uma coisa realmente bizarra ( como, por exemplo, trocar os sapatos, fazer xixi nas calças e coisas ainda mais estúpidas ). Estes "saltos entre os multiversos" pretendem ser a parte engraçada do filme, mas também fracassam apostando apenas em ideias nojentas ou constrangedoras. Enfrentando as forças do mal, a coisa toda se transforma num filme de Jackie Chan piorado. A cereja do bolo é tentar, finalmente, passar uma mensagem moral das mais simplórias, em falas despropositadas repletas de clichês. O filme todo é uma agressão à inteligência. Péssimo ( ok, os atores se salvam...). O pior mesmo é imaginar que, provavelmente muitas pessoas gostarão do filme. Tanto que ele é um dos principais favoritos.


* Top Gun: Maverick - Um filme honesto, na medida em que entrega aquilo a que se propôs e não frustra os expectadores. É divertido. Mas só. Muito pouco para pretender um Oscar.


Por isso, estou apostando em um dos filmes que não vi. Ainda. Quanto a estes filmes, Top Gun: Maverick ainda merece ser visto. Quanto aos outros três, não perca seu tempo com eles.


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