As realizações dependem, em grande medida, de nós…
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Imagem de Gerd Altmann por Pixabay
Quando era jovem, lembro que na virada do ano, tínhamos o hábito de cantar aquela famosa marchinha:
Adeus ano velho
Feliz ano novo
Que tudo se realize
No ano que vai nascer
Muito dinheiro no bolso
Saúde pra dar e vender
Para os solteiros
Sorte no amor
Nenhuma esperança perdida
Para os casados
Nenhuma briga
Paz e sossego na vida.
Trata-se de uma música de David Nasser e Francisco Alves, gravada originalmente pelo cantor João Dias em 1951. Logo tornou-se sucesso e passou a ser uma espécie de hino do ano novo brasileiro. Quer conferir a clássica gravação da Odeon, basta clicar:
A letra é realmente bem bacana, mas convenhamos, nenhuma esperança perdida é bem difícil de acreditar. Quem vai passar 2021 sem nenhuma esperança perdida? A decepção, afinal, faz parte da condição humana.
Por outro lado, está claro que muito dos desejos expressos na letra dependem de nossos próprios esforços. Qualquer leitor casado sabe que nenhuma briga, paz e sossego na vida é uma invejável condição que, para ser atingida, exige muito esforço e boa vontade. É uma conquista, não mero desejo realizado…
Assim também a grande maioria dos desejos para o ano que entra não prescindem de uma ajudinha do ser humano, do governo, de quem quer que seja. A saúde mesmo, o melhor desejo que se pode realizar, depende em grande parte de uma série de investimentos que fazemos nela a longo prazo: alimentação, exercícios, poucos vícios, check-ups frequentes, assim por diante. E claro, uma parcela de sorte, assim como no amor, conforme a letra.
O ano novo inaugura um novo governo ( graças a Deus! ). Por mais que a gente encare um terceiro governo Lula com o nariz torcido, nada poderia ser pior que um novo governo Bolsonaro. Em quatro anos o Brasil retrocedeu décadas em saúde e educação, passamos vergonha nas relações exteriores, tivemos um gestão incoerente na economia e aí por diante. E de quebra Bolsonaro liberou sentimentos terríveis represados na extrema direita, tais como racismo, misoginia, homofobia, violência, terrorismo...
O terceiro governo Lula ainda é uma folha em branco. E, como toda folha em branco, traz em si a promessa de uma poesia, de um texto sábio, de uma prosa divertida, de esperança enfim. A conferir...
De qualquer modo, dependendo de nosso esforço individual ou da sorte, também formulo meus desejos para 2023, somando-me aos que têm a esperança ( vã, talvez ) de que se realizem.
Que a pandemia não retorne;
Que as amizades desfeitas pela política sejam reatadas porque as pessoas perceberão que não faz sentido brigar por políticos que estão se lixando para elas;
Que Lula busque um governo em frente ampla e não seja refém do PT;
Que a alteridade - principal proposta deste blog - possa crescer em nosso país e as pessoas passem a ouvir a opinião alheia com respeito e atenção;
Que Bolsonaro responda por seus crimes;
Que eu me perceba um ser em constante evolução e tenha a humildade de reconhecer meus erros;
Que não seja arrogante de achar que estou sempre certo;
Que eu possa colaborar com minha saúde, mas que a sorte dê uma mãozinha;
Que eu tenha tempo para respirar pausadamente, meditar, ler, interagir e rir com os entes queridos;
Que a família e os amigos estejam sempre presentes.
FELIZ ANO NOVO A TODOS!
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