Crítica de cinema
O retrato de uma mulher forte.
Imagem de OpenClipart-Vectors por Pixabay
Marie Curie foi, antes de tudo, uma mulher forte. Nos princípios do Século XX era muito difícil para uma mulher se afirmar pela sua capacidade intelectual, por força de arraigado preconceito. Em especial o meio acadêmico era refratário aos esforços de muitas mulheres de valor que buscavam mostrar suas capacidades no meio científico.
Seu casamento com Pierre Curie auxiliou sua caminhada rumo às conquistas científicas. Ele era um homem além do seu tempo e formavam um par perfeito. Pierre ofereceu-lhe estrutura para suas pesquisas, abriu-lhe algumas portas e possibilitou estabilidade. Mas as conquistas cientificas foram essencialmente trabalho dela, Marie.
Marie Curie descobriu dois novos elementos, o rádio e o polônio. Ambos elementos radioativos. Aliás, a própria palavra radioatividade foi cunhada por ela. Eram elementos perigosos, entretanto, embora à época tal perigo fosse desconhecido. Esta fatal ignorância implicou na morte de Pierre e no definitivo comprometimento da saúde de Marie.
Mesmo tendo ganho dois prêmios Nobel como reconhecimento à sua importante pesquisa, após a morte de Pierre ela passou a sofrer muitas pressões, motivadas, sobretudo, pelo preconceito. Preconceito contra as mulheres, contra a liberação sexual, contra a ascendência polonesa ( ela era Sklodowska de nascimento ). A tudo Marie Curie enfrentou altivamente, de cabeça erguida. E a importância de sua obra transcendeu o tempo, refletindo nos dias atuais.
Radioatividade é uma escolha feliz da Netflix. A homenagem à madame Curie, que o filme objetiva, é extremamente merecida. Mas o filme é muito mais: direção preciosa e sensível ( Marjane Satrapi ), roteiro ágil e inteligente ( Jack Torne ), interpretação bastante capaz ( Rosamunde Pike como Marie, Sam Riley como Pierre ) e uma fotografia competente.
Radioatividade, disponível na Netflix, 109 minutos, Grã-Bretanha.
Direção: Marjane Satrapi.
Roteiro: Jack Thorne, baseado no livro de Lauren Redniss.
Elenco: Rosamunde Pike, Sam Riley, Aneurin Barnard e Anya Taylor Joy.
Avaliação : Nota 8
Recomendaçao: Para pessoas que apreciam filmes históricos e dramas pessoais.
Adjetivos: Interessante, cativante, fluido.
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