COMEMORANDO O BRASIL
- Hatsuo Fukuda

- 7 de set.
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Hatsuo Fukuda
Neste 7 de Setembro de 2025 comemora-se o Dia da Independência. Nosso cronista, Hatsuo Fukuda, partilha com os leitores o significado da data para o filho de um imigrante sem eira nem beira.
Hoje, domingo, o dia amanheceu cinzento, nublado e frio em Curitiba. A cidade de Curitiba sendo o que é: úmida, fria, as nuvens ameaçando chuva. Na padaria, bem cedo, vejo alguns soldados do Exército uniformizados, tomando um café. Lembro então que é dia 7 de setembro, Dia da Independência. Feriado nacional. Eles teriam trabalhado durante a noite e estavam se preparando para voltar ao quartel, ou estariam se dirigindo ao desfile?
Pouco importa. É o Dia da Pátria, a verdadeira, não a das Fake News. Aquela que vivemos no dia a dia, nos pequenos detalhes: no café partilhado com amigos, com a família, no arroz e o feijão diário, no copo d’água em um dia quente, nas canções que cantamos com amigos, nas caminhadas solitárias ou em bando, nos amores nunca esquecidos.
A Pátria foi o triunfo de terminar a cartilha O Caminho Suave, sob a vigilância da doce professora Zilá Fernandes, no Grupo Escolar Prieto Martinez, na Rua Nilo Peçanha. Pátria amada foram os ensaios para o desfile de 7 de setembro, em que as crianças marchariam orgulhosas por serem parte de algo maior do que elas mesmas.
Pátria amada foi andar de braços dados com os companheiros ansiosos para votar para Presidente; a Pátria estava ali, nas ruas, destemida, de coração aberto para um mundo ensolarado, aberto a novos ventos, a novas experiências. Adeus, senhores hieráticos; adeus, sisudos personagens de um drama triste e sem graça, que seria uma ópera bufa não fossem tantos sacrificados.
Oh, Pátria amada que acolheu meus pais e meus avós, que deu a eles um ganha-pão, um abrigo e uma nova esperança. Eles deixaram uma vida para trás, mas seus corações nunca se arrependeram; neste novo mundo encontraram outros amigos, outras mulheres, outros amores, que tornaram suas vidas mais ricas e intensas.
Pátria minha, coração meu: não permita Deus que eu a veja triste e cheia de ódio, não permita Deus que seu coração que recebeu tantos se feche para poucos; não permita Deus que suas palmeiras sejam derrubadas no incêndio da intolerância, sacrificadas no altar do medo e do ódio. Pátria, Pátria, Pátria, que não seja seu nome falado em vão, que seu imenso coração não se apequene, que possa meu filho descobrir, como eu descobri, na vida, que você não é simplesmente Pátria, você é Pátria-Mãe.
Hatsuo Fukuda, cronista de Catanduva, curitibano por adoção, brasileiro.










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