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Uma história de amor em Ribeirão Claro: Ivone e Luiz Carlos passeiam ao luar, cercados por um cafezal em flor

Luiz Carlos Paraná caminhava com a namorada Ivone, numa noite de luar, a estrada cercada por cafezais em flor, em Ribeirão Claro. Foi a lua, foi o perfume das flores, foram os beijos trocados com a namorada? O resultado foi Cafezal em Flor, um clássico da música popular.


Ivone Néia era uma linda loirinha que morava na Fazenda Monte Claro, em Ribeirão Claro, com a irmã, o cunhado e os pais. Era uma das mais belas mocinhas da cidade, e deveria ter seus vinte e cinco, vinte e seis anos.


Ivone Néia, de Ribeirão Claro, foi a loirinha linda que inspirou Cafezal em Flor, de Luiz Carlos Paraná, um clássico  da música popular.

Caminhando certa noite com o namorado, Luiz Carlos, do cinema para casa, percorreram lentamente o caminho, cercado por cafezais de ambos os lados.


A noite era clara, a lua iluminava a estrada, e o cafezal estava em flor. Chegando em casa, acordaram toda a família, extasiados pela beleza da noite, o luar, o perfume das flores.


Luiz Carlos começou a compor uma canção: meu cafezal em flor... mas parou aí. Voltou para casa e terminou a composição. No dia seguinte ligou para Ivone e cantou para ela a canção Flor do Cafezal.


Cascatinha e Inhana transformaram Flor do Cafezal em um enorme sucesso. Transformou-se em um clássico da música popular brasileira.

A canção foi gravada e lançada nacionalmente pela dupla Cascatinha e Inhana (“Nhá Ana) em 1967, fazendo um enorme sucesso. Depois disso, muitos a gravaram: Rolando Boldrin, Inezita Barroso, Pena Branca e Xavantinho, o grupo paranaense Viola Quebrada, e o próprio Luiz Carlos, entre outros. Transformou-se em um dos maiores clássicos da música popular brasileira.  


Isso aconteceu em Ribeirão Claro, numa época em que a cidade era cercada por cafezais por todo lado.


Imagem extraída do livro Luiz Carlos Paraná, o boêmio do leite, de Thiago Sogayar Bechara
Imagem extraída do livro Luiz Carlos Paraná, o boêmio do leite, de Thiago Sogayar Bechara

Hoje, o caminho percorrido por Ivone e Luiz Carlos – que ficou conhecido por Luiz Carlos Paraná – se transformou em um pasto.


Ribeirão Claro, que era uma terra de cafezais, ao tempo de Luiz Carlos Paraná, transformou-se em um pólo turístico.
Ribeirão Claro, que era uma terra de cafezais, ao tempo de Luiz Carlos Paraná, transformou-se em um pólo turístico.

Não há mais cafezais, substituídos por uma cinematográfica represa com pousadas e hotéis ao redor. O turismo passou a ser a principal atividade econômica da cidade.


Hoje ele é um nome de rua na cidade, um nome de praça em São Paulo, e seu nome batiza a Casa de Cultura de Ribeirão Claro.


Que medo tenho que aconteça a ele "ser esquecido e ignorado como esses nomes da rua", como disse Mário de Andrade.


Ainda estão cantando suas canções, na terra que ele tanto amou?


Saudades, Luiz Carlos Paraná. Eu não o conheci, mas ouvindo suas canções, tenho certeza que se eu o tivesse conhecido seríamos amigos de infância.


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Essa e outras histórias - e são muitas - leio no livro de Thiago Sogayar Bechara – ele é um professor, compositor e estudioso da música popular – Luiz Carlos Paraná, o boêmio do leite. Um livro a ser lido por quem ame a música popular, e que está merecendo uma reedição. Avante, Thiago, faça uma reedição para as novas gerações. E coloque o livro em Kindle, que o meu exemplar, em papel, demorou muito a chegar em casa.


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Hatsuo Fukuda, um caboclo de Catanduva, gosta de música popular, e ama as canções de Luiz Carlos Paraná.

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